O cocktail bar mais antigo da Inglaterra, inaugurado em 1893 no The Savoy, chama-se American Bar e existe até hoje. Fiel ao nome, foi frequentado no século passado por muitos grandes nomes de Hollywood, de Marilyn a Charlie Chaplin. Ali popularizou-se o White Lady, por exemplo (gim, Cointreau, limão), graças a seu mais famoso barman, Harry Craddock, autor do The Savoy Cocktail Book.
O venerando hotel The Savoy (cujas suítes dão vista para o Tâmisa) fechou para quatro anos de reformas milionárias, e ao ser reaberto no ano passado seu American Bar voltou à cena com tudo. Hoje, o chef barman eslovaco Erik Lorincz busca perpetuar os clássicos que fizeram do American Bar um ícone – principalmente na época áurea da coquetelaria clássica, nos anos 20 e 30 – mas ao mesmo tempo tem na carta de drinques invenções modernas. Um de seus signature drinks atualmente em cartaz é o The Malecon, que leva rum, Porto, xerez e limão.
Lorincz, eleito em 2010 o melhor barman do mundo no campeonato World Class, esteve em São Paulo a convite da gigante das bebidas Diageo. A pedido dela, criou três coquetéis que serão incorporados à carta do SubAstor (bar inspirado nos speakeasies americanos que fica no subsolo do Astor, na Vila Madalena, em São Paulo). Dois deles levam vódca Ketel One (feita de trigo, artesanalmente) e o terceiro é à base de gim Tanqueray No. Ten, alecrim e chá verde. Antes de embarcar para sua primeira visita ao Brasil, Lorincz falou à GQ por telefone, de Londres.
GQ-Fala-se cada vez mais de vódcas premium, feitas artesanalmente. Sendo um destilado de sabor relativamente neutro, acha que um leigo, ao degustar diferentes marcas às cegas, saberia diferenciá-las?
EL-Dificilmente… Mas se durante a degustação um barman der algumas dicas de aromas e nuances a se procurar em cada uma, mesmo um leigo acaba entendendo.
Um dos três coquetéis que criou para o SubAstor vem em uma coupette, ou taça de champanhe à moda antiga, o que faz pensar que agradará mais às moças. Acha que há coquetéis masculinos e femininos?
Já me surpreendi muito com clientes que fogem totalmente à regra, mas geralmente as mulheres preferem drinques mais leves e delicados e de cor clara ou rosada, principalmente à base de vódca, enquanto homens pedem mais as receitas que levam rum ou uísque, mais encorpadas.
Nos últimos anos surgiu a moda da mixologia molecular, que levou técnicas da cozinha de vanguarda, como as espumas e os encapsulamentos, para detrás do bar. O que acha desse estilo de coquetelaria?
Acho interessante mas não vejo muitos bares aplicando essas técnicas no dia-a-dia. Trata-se de uma moda mesmo, que espalhou-se pelo mundo, mas é importante saber aplicar seus princípios da forma correta.
SubAstor: http://www.subastor.com.br/
The Strand: www.fairmont.com/savoy
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