Especialistas na arte de receber ensinam a organizar uma festa sem fazer feio
Francine Lima
Receber dá trabalho. Da lista de convidados ao cardápio, as chances de cometer erros são enormes, sobretudo quando a ocasião é importante e reúne muita gente. Agora, com a proximidade das comemorações de fim de ano, o risco de errar – e o prazer de fazer uma boa festa – se recoloca. Nas próximas páginas, um guia conciso para montar dois tipos de evento: os formais e aqueles em que todos devem se sentir em casa.
Dar uma festa bem-sucedida é tomar decisões e executar uma série de tarefas, de forma bem parecida com um trabalho. É preciso fazer listas (de convidados, de compras, de serviços a contratar), calcular as despesas, estipular prazos, estimar riscos, falhas e compensações, reservar tempo para cada etapa e executar tudo conforme o planejamento. E, no final, ser capaz de desfrutar todo esse trabalho com um sorriso no rosto, adorando o resultado. “Receber é tão bom que quando a festa acaba a gente se sente sozinha”, diz Danuza Leão, uma das mais célebres anfitriãs do país.
Se o evento é informal e reúne apenas os amigos do peito, agradar é fácil. Na casa da estilista de moda praia Lenny Niemeyer, que acaba de publicar o livro de dicas Delícia receber, pela editora Fontanar, todo domingo é ocasião para esse tipo de encontro. Em sua casa, no Rio de Janeiro, Lenny chega a oferecer almoço para 15 ou 20 pessoas – e ninguém é convidado formalmente. “Já é um evento instituído”, diz ela. “As pessoas já sabem.” Isso não quer dizer que o anfitrião pode simplesmente pôr mais água no feijão se chegar gente demais. Lenny preocupa-se em ter sempre opções variadas no congelador para lidar com as emergências.
Algumas regras servem para qualquer estilo de evento. Comes, bebes e os itens básicos do lavabo não podem jamais acabar antes da hora. Também convém que o ambiente seja acolhedor e estimulante na medida certa, para dar vontade de ficar. Isso pode significar informalidade pura, como nos almoços de domingo, ou um mínimo de etiqueta, em ocasiões que pedem uma postura mais séria.
É o caso dos jantares que dona Lily Marinho organiza em sua mansão para personalidades brasileiras e estrangeiras. Ali, o traje é sempre de passeio completo, os garçons usam luvas e as mesas têm lugares marcados. Edgar Peixoto, o mordomo responsável pela contratação de pianista e florista nesses jantares, diz que o segredo para esse tipo de situação é misturar pessoas. A lista de convidados de dona Lily, diz Peixoto, tem número equilibrado de homens e mulheres. Na distribuição de lugares à mesa, duas pessoas que já se conhecem nunca se sentam lado a lado. O ideal é aproximar desconhecidos e gerar conversa, para ninguém ir embora cedo. É essencial conferir um toque pessoal à reunião, por meio da comida, do ambiente ou do clima entre as pessoas. A boa festa produz, sempre, uma próxima festa ainda melhor.
FONTE: Revista Época
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